Já em Reguengos, tomando o meu café da manhã numa padaria, passava na tv um telejornal falando justamente do
calor acima da média para a época. Eu abri o mapa inteiro na mesa traçar um novo roteiro, pois conversando com o dono da padaria, resolvi incluir a vila
de São Pedro do Corval no início do meu roteiro naquele dia. Com aproximadamente 1.000 habitantes, esta
pequena vila tem como ponto forte as várias olarias que usam o barro
originário da Espanha para fazer as louças. Fiz um documentário muito legal
contando todo as etapas do fabrico, desde a prensa do barro in natura até as peças prontas para venda.
(Filmagem aguardando edição)
Loucas Portuguesas da região Alentejana |
Existem duas louças típicas portuguesas: estas, que mantém a cor do barro de fundo e apenas recebe pinturas a mão e uma camada de vidro... e as famosas louças da região de Coimbra e Alcobaça, na qual o fundo é branco ou um branco levemente azulado (também tenho filmagem destas mais pra frente!).
Ruínas do Templo Romano |
Tentei andar pelo centro antigo tirando algumas fotos, mas
muitas vezes os veículos tapavam as fachadas. Foi decepcionante ver vans
circulando no centro histórico. Acredito que deveriam proibir a entrada de
veículos no horário comercial, priorizando o turista!
O forte calor e a poluição dos carros parados na Praça do Giraldo me desanimaram a conhecer os principais monumentos a pé. Decidi então
procurar um tuk tuk...(aqueles triciclos tão famosos na Tailândia e que se
espalharam por várias cidades turísticas no mundo), mas os tuk tuks estavam
ocupados. Foi quando vi uma charrete parada e decidi dividir os custos do
passeio com um casal (ela brasileira e ele americano). O Davi (dono da charrete) me explicou que o passeio (30 minutos)
não causava nenhum sofrimento aos animais e ele era credenciado neste serviço.
(Filmagem aguardando edição)
Saindo de Évora fui para Arraiolos, uma pequena vila
conhecida pelos famosos tapetes artesanais. Tudo lá parece girar em torno dos
tapetes. Fui ao Museu do Tapete, que achei bastante organizado, mas pequeno.
No dia seguinte Arraiolos realizaria uma festa típica “O
Tapete está na Rua” na qual os tapetes são expostos nas janelas das casas! Pena que pudea esperar; então, procurei por alguma artesã que estivesse
trabalhando no intuito de fazer uma filmagem. Por sorte encontrei a senhora Lia
(muito simpática) e sua funcionária artesã (Joana) preparando um tapete para a
festa.
Artesã fazendo tapete em Arraiolos |
(Filmagem aguardando edição)
Outra atração da cidade é o Castelo circular, datado de
1310, é um dos raros castelos no mundo com este formato, mas achei um pouco
abandonado e com nenhuma sinalização ou placas informativas para o turista.
Castelo de Arraiolos |
Antes das 18h eu já estava em Estremoz, conhecida por suas jazidas de Mármore Branco. De cara percebe-se que a cidade
cuida bem da sua história. As muralhas e o Castelo são muito bem preservados,
uma empresa do setor hoteleiro de Portugal comprou os
direitos para usar parte do Castelo como sendo do hotel. A cidade respira história! Vários acontecimentos marcantes aconteceram ali... muitas batalhas, muitas
lendas...algumas envolvendo a Rainha Isabel (beatificada e canonizada), muita
querida entre o povo português...conhecida como Rainha Santa (sendo o Milagre
das Rosas o mais famoso deles, no qual ela transformava pães em flores). Consta
ainda que a Rainha impediu várias guerras. Piedosa e humilde, franciscana de
devoção e romeira (teria feito o Caminho peregrino até Santiago de Compostela
por duas vezes). Morreu em Estremoz em 1336, mas seu túmulo se encontra na
Igreja do Mosteiro de Santa Clara-a-Nova, em Coimbra, que infelizmente não
visitei.
Torre do Castelo - Estremoz |
Imagem da Rainha "Santa" Isabel |